25 outubro 2005

Esperado encontro com o fim

Vejo-te passar diante de mim. Choro. Choro para mim. De medo de te voltar a ver.
Bebo o whisky que deixei a meio.
Caminho sem forças. Deixo-me cair onde me dá mais uma tontura.
E deixo de ver.

Sinto o teu respirar na minha face. Sinto a tua presença nos pelos da minha pele.
Sinto entrares por mim. Sinto saíres sem nada me dizer. Contigo levas o resto da minha vontade de viver…
Comigo fica a esperança de que voltes depressa para levares o que já é teu.

Respiro. Sofro em agonia intensa.
Sabemos que vou acabar por não sobreviver.

Amo-te. Que o escreva antes de morrer. A sangue quente, nas paredes desta sala que nunca vi.

Luís Teixeira

3 Comentários:

Blogger Miriam Luz disse...

Esperado (re)encontro... com o início.

Vejo-te passar. Ou passear. Carregas um corpo de nada. Suportas um ar de tudo.
Não choras. Apenas tens lágrimas no rosto. Murmuras poemas de amor que não sabes de onde vêm. Que não sabes para quem vão. Sabes sempre quem os ouve.
Adormeces.
Beijo-te.
Acaricio-te o rosto.
Os dedos tremem. Sempre. Fervilham como se tocassem uma estrela. É a primeira vez que te toco. É sempre a primeira vez. Mesmo quando os meus dedos fazem já parte do teu rosto. São carne da tua carne. Primeira vez. Sempre.
Respiro. Respiro-te. Absorvo cada poro dessa pele. Tão minha. E tão virgem.
Não entro. Não saio. Não levo nada comigo. Deixo. (Me.) Deixo-me em ti.
Exploro-te. Mato-te e faço-te renascer. Morro e renasço contigo. Agonizas. Agonizo. Agonizamos.
Morremos de mãos dadas. Porque dói. Dói sempre. Quando não nos amamos e quando nos amamos.
Porque é tudo tão eterno. A dor. O amor.
Tontura?... Sim, deixa-te cair. Haverá sempre alguém para te amparar a queda.

Amo-te. Que o escreva antes de viver. Para que saibas que a minha vida começa onde começa a tua.

8:47 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Sofro em agonia constante de um dia te poder voltar a ver, voltar a sentir, voltar a tudo.
Estou longe mas com vontade de desaparecer de ir para a asa de um anjo protector que sempre me acolheu no seu ser.
Desculpa qualquer coisa, não tenho culpa de sentir aquilo que sinto por ti.

8:22 da tarde  
Blogger Walter disse...

saudo o teu regresso!es de facto prodigo na arte de sentir!
um abraço
walter

9:00 da tarde  

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