Morreu-me o desgosto...
A vontade de me ir. De me deixar levar pela fraqueza.
Levanto a cabeça suja do pó que acumulo dia após dia.
A face coberta de poeira seca-me cada lágrima que força sair. Ficam em mim apenas as marcas de algum dia ter estado triste. As marcas que me recordam que um dia também senti.
Caminho em direcção à luz. Na casa que escolhi para habitar. Ardem-se os olhos. Doi saber que doi porque sou fraco e não aguento.
E quase que consigo ver. Mas apesar de lutar como sempre, de sorrir quando tudo chora à minha volta, a fraqueza da carne leva-me a voltar para trás.
Grito.
Choro.
Incendeiam-se-me os olhos.
Deixo de ver a luz. Apenas o laranja que via quando não forçava o olhar e fechava os olhos à minima contrariedade.
Volto para trás...
De qualquer maneira, raramente os usei.
Para me cortar não preciso de ver.
Para beber o meu sangue e alimentar-me de mim basta apenas força de vontade.
Mas agora sei que nunca mais verei, mesmo que um dia o quisesse. E isso entristece-me. Pela primeira vez nestes 23 anos.
Aguardo que a morte me venha buscar.
Aguardo pacientemente.
Não tenho pressa.
Mas só me leva porque não consegui resistir.
Hei-de continuar a tentar sobreviver.
Kimera
A vontade de me ir. De me deixar levar pela fraqueza.
Levanto a cabeça suja do pó que acumulo dia após dia.
A face coberta de poeira seca-me cada lágrima que força sair. Ficam em mim apenas as marcas de algum dia ter estado triste. As marcas que me recordam que um dia também senti.
Caminho em direcção à luz. Na casa que escolhi para habitar. Ardem-se os olhos. Doi saber que doi porque sou fraco e não aguento.
E quase que consigo ver. Mas apesar de lutar como sempre, de sorrir quando tudo chora à minha volta, a fraqueza da carne leva-me a voltar para trás.
Grito.
Choro.
Incendeiam-se-me os olhos.
Deixo de ver a luz. Apenas o laranja que via quando não forçava o olhar e fechava os olhos à minima contrariedade.
Volto para trás...
De qualquer maneira, raramente os usei.
Para me cortar não preciso de ver.
Para beber o meu sangue e alimentar-me de mim basta apenas força de vontade.
Mas agora sei que nunca mais verei, mesmo que um dia o quisesse. E isso entristece-me. Pela primeira vez nestes 23 anos.
Aguardo que a morte me venha buscar.
Aguardo pacientemente.
Não tenho pressa.
Mas só me leva porque não consegui resistir.
Hei-de continuar a tentar sobreviver.
Kimera
2 Comentários:
Obrigado pela visita...O "antigo" Avô Kimera suponho. Uma forma "diferente" de sentir a vida e celebrar o Amor.
Um sentimento partilhado por vocês os "dois" tão diferentes e tão iguais.
Parabéns pela diferença ao nivel da escrita e da imagem.
Orfeu
Gostei de te voltar a ler!=)
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