10 junho 2006

Orgasmo de Alma

Orgasmo de Alma

Ó morte que dorme em meus braços cansados!
Dor e sofrimento, apanágio desta pobre paixão
Nos olhos uma fonte, sede de ti escrita na mão
Os lábios famintos, do teu sangue embriagados

Ai é filho morto no ventre, esta madrasta vida!
Teus gritos surdos pedindo clemência aos céus!
Minhas mãos em teu corpo vingando um adeus!
Lua ausente marcando a eterna hora da partida

Ai tristeza!, meus pés negros sem cor, pintados
De grosseira delicadeza, neste chão enterrados!
A vida jazendo abandonada naquela falsa calma!

Era meu corpo fugindo daquele orgasmo de alma
As mãos leves em cópula sobre teu pesado peito!
Boca de mendigo negando pão, ah puro despeito!

Litostive 19.12.2004


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