20 novembro 2005

Em constante sofrimento...
Sempre buscando o modo mais dificil de viver. Não me acomodando. Buscando sempre que possivel o melhor modo de sofrer. Arranhando-me intensamente. Buscando na dor o melhor meio para poder desabafar.

Hoje estou feliz. Comi um escaravelho. Engoli-o vivo. Sem estar à espera. E soube-me bem.

E quem me deu o escaravelho foi-se a sorrir. Um anjo. Vestido de demónio.
Quem me deu escaravelhos até hoje foram apenas pessoas banais. Mas hoje foi um anjo... Que após tal gesto se tornou uma pessoa banal. Que faz o que qualquer pessoa desta casa me faz. O que qualquer pessoa faz a outra pessoa. Fria e sem sentimento.

E eu comi o escaravelho. E sorri. Primeiro de surpresa. Mais tarde reflecti e sorri... de orgulho no meu orgulho. Claro que comi o escaravelho... mas aprendi que até os anjos nos alimentam de escaravelhos e não de simples amor.

De barriga cheia, deito-me sobre as brasas da minha cama. Grito. Corto-me... Mordo-me a pele...

"o tempo cura tudo..." Daqui a uns tempos as feridas saram e serei feliz. Como mereço. Claro que mereço. Penso que ninguém me merece... mas eu mereço tudo. Mas de tudo, o que mais gosto é de sofrer... por isso serei feliz a minha maneira...

Bem... agora vou ler o Triunfo dos Porcos. Lê-se rápido. 123 pag.

2 Comentários:

Blogger Miriam Luz disse...

... sempre procurando sempre o melhor ângulo. O melhor spot. O melhor enquadramento.
Como uma fotografia. Sabes... os índios não gostam de ser fotografados. Dizem que as fotografias lhes roubam a alma.
Eu só tenho uma fotografia que me rouba a alma. Dois sorrisos e um "somos felizes" escrito na testa.
Melhor spot para um sofrimento que deixe marcas.
Um sofrimento que esteja escrito nos pulsos. Duas marquinhas pequeninas. Daquelas que nos fazem chorar, mas não doem.
Porque eu também busco na dor o melhor meio para poder desabafar. Como tu. Que queridos, tão parecidos.
Hoje não estou feliz. Não... hoje não. Só ontem e amanhã. Hoje faço birra e não quero estar feliz. Bato o pé, cruzo os braços e viro-me para a parede. Faço beicinho e digo que és só meu.
Depois volto para a minha criação de escaravelhos.
Tenho-os todos numa caixinha. Às vezes ofereço-os. Mas tenho pena, porque os quero só para mim. Depois arrependo-me. Mas nascem sempre mais e mais e mais. Da noite para o dia. E começam a sair da caixa e percorrem-me as mãos e os braços e os ombros e o pescoço e o rosto.
E também grito. Acho que tenho medo que os escaravelhos me comam antes de eu os conseguir comer.
Ajudas-me? Vamos alimentar-nos de escaravelhos em vez de nos alimentarmos de amor?
Janta comigo. Nesta sala vazia das gargalhadas depois das ironias, das piadas e da tua credulidade face a tudo o que eu invento. Acreditaste naquela piada... espera... não me lembro... Ah aquela piada do ah-e-tal-vou-conseguir-deixar-de-te-amar. Gostei dessa. Foi a melhor. Superei-me nesse dia.

Simples amor. Tão simples... este nosso amor.

"Engole mais escaravelhos. E deixa-me vomitá-los. Todos. Por favor"
21:28

9:50 da tarde  
Blogger moon between golden stars disse...

Retribuo apenas a visita... uma simples visita, deixando a promessa de voltar...
deixo um abraço cheio de pétalas de bem-me-quer, para que possas po-las na tua almofada... para alimentar os escaravelhos :)
deixo também uma estrada para que outras pessoas possam navegar do mundo de pensamentos que surgem entre a lua e as estrelas até ti!
Um abraço...
V
O
L
T
A
.
.
.
vou esperar sempre!

10:42 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial