20 novembro 2005

Tiago Lourenço
(http://www.1000imagens.com/autor.asp?idautor=967)



Morreste-me

No que te tornaste. Puxaste das veias que te percorrem o pescoço e fizeste a tua própria forca. Fizeste um aconchego um pouco apertado demais.

Perguntaste por mim. Não estava. Mutilava os lábios frágeis e indefesos.

Percorri todos os corredores desta casa. Todos os espaços por ocupar. Encolhi-me e fugi de todos. Gritei contra a parede frágil e em decadência. Cabeceei o tijolo duro. Bebi. Bebi muito mesmo. E por fim baixei-me. E pensei. Pensei. Pensei muito também. E chorei as lágrimas que bebi. E que voltaria a beber mais tarde. E que voltaria a chorar. Daqui a uns dias.

Agora não me consigo voltar. Choro sem parar. Estás morta atrás de mim. Enforcada nas tuas veias. A olhar o infinito e a sorrir.

Quando tiver preparado encaro o presente e volto-me para ti. Volto-te as costas e continuo a minha vida.

Que morra de infelicidade se esse for o desejo de todos.

3 Comentários:

Blogger Miriam Luz disse...

Morreste-me

No que me tornei.
De apaixonada a enforcada. De amante a... a nada.
Aconchego. Um abraço teu. Apertado. Apertado como todos os abraços que trocámos durante tanto tempo.
Os lábios que outrora tocavam os teus. Mutilados. Ainda estão.
Corredores. Muitos. Um labirinto.
Um labirinto de sentimentos que se dizem não existir, mas que existem. E de outros que existem, mas que se escondem.
Morta atrás de ti.
Ou então atrás de ti, mas morta. Um cadáver com os braços erguidos para te abraçar.
Brilhozinho no olhar e sorriso apaixonado.
Mas morta. Não pelas minhas veias, mas pelas tuas mãos.
No que nos tornaste... No que nos tornaste.
Encarar o presente? Chegou a hora.
Um beijo e um amo-te dito em surdina. Como o último amo-te que os meus lábios te disseram pela janela de um comboio-a-caminho-do-nunca-mais.
Que morra de infelicidade se esse for o desejo de todos.
Pois que morra eu também, meu amor, de infelicidade nos braços de alguém.


Enforcada

Encontra-me morta neste aconchego!
Nesta dor, neste pranto, neste nada
Que trago o peito em desassossego!
Deus!, antes amante que enforcada!

Ó meu amor, caminho e nunca chego
Fujo e dou comigo assim amargurada
Ah, minha alma perdida no teu medo
Ora viva, ora morta, ora apaixonada!

Este amor? Pois que nunca o esqueça!
Nem tempo nem memória desvaneça
Esta dor que trago no peito profundo!

E se tua tristeza é maior que o mundo
Ai amor!, pois que morra eu também
De infelicidade nos braços de alguém!

20.11.2005

8:37 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Essa musica é linda.
Eu digo que é a segunda versão porque é isso que está a acontecer entre nós e tu estás perdido.encontra o caminho e vem para junto de mim

10:19 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

AMO-TE LUIS e tu sabes disso, desejo mutio que sejas feliz com ou sem mim.


likt

10:51 da tarde  

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