28 novembro 2005


Sinto...




Sobe dentro de mim a vontade. E à medida que sobe, arranha as paredes internas do meu corpo já doente. E sangro. Por dentro... E choro o sangue que sangro. Porque tem que sair e não consigo evitar.

E não consigo mexer nenhum musculo. Bloqueado, de olhos vidrados, olho o infinito. Pernas semi-flectidas. Braços caídos. Grito... gritos mudos. Como alguém que sofre sem ninguém notar.

... e o som ambiente vai diminuindo (every time I die)... e ergo o braço esquerdo. Ergo o mais que posso o punho em que me apoio para voltar a viver. E com a mão aberta, agarro o vazio e puxo-me para cima. Reviro os olhos e grito bem alto. Saem dos meus olhos jactos de água salgada. Caminho devagar. Tiro a camisola. Ardem-me as chagas das costas. As crostas do peito saram lentamente.

No limite das minhas forças, tento manter-me de pé... ninguém me derruba. Tenho vontade própria. A vontade que nasce de dentro de mim. A vontade que me vem do coração.

E sorrio... e choro de felicidade.

E penso... e penso...

Como seria se me partissem agora os tornozelos?...

Luis Teixeira

3 Comentários:

Blogger moon between golden stars disse...

Como seria?... talvez te assolasse uma dor forte que te fizesse novamente verter alguma maresia de dentro desse teu mágico olhar... e gritarias ao mundo, que não é justo... e alguém te daria a mão... queres a minha?
Abraço

5:28 da tarde  
Blogger Walter disse...

Gostei do q li!palavras fortes e geradoras de imagens!Gostei mm mt!peço desculpa pela minha ausencia durante todo este tempo!
um abraço
walter

PS- este template dificulta tanto a leitura, mas desconfio que há uma qq intençao subjacente a esta escolha!:)

12:59 da tarde  
Blogger Miriam Luz disse...

Sinto...

Tristeza. Medo. Felicidade. Amor.
Ordem inversa.
Corpo doente?... É o meu. Doente de receio, insegurança, medo.
Doente de um amor mais doente ainda.
Levanto-me aos poucos.
Agarro a mão que me deste. Apoio-me no ombro que tantas vezes me faltou.
Olho-te nos olhos.
Amo-te. Para sempre.
Choro. Também de felicidade.

E penso... e penso...
Como seria se me partissem agora
o coração?...

4:43 da tarde  

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