Glória
Vede, amor!, meu olhar em vós quedado
Vede em minha boca morto beijo quente
Ouvi minha oração de herege descrente!
Ai ouvi meu peito cantando apaixonado!
Ó amor, foi tardio o abraço desta gente!
Vede pois em meus olhos pranto salgado
Oh!, que me não valeu o sorriso forçado!
Ouvi minha poesia, riqueza de indigente
Ai, pois se Deus me não guarda a Glória,
Haja quem vos ilibe ou crime vos alegue
Ai haja quem alma e corpo vos entregue!
Meu amor!, haja olhar que vos enxergue
E pois que seja o meu triste peito alegre
A alma mais sofrida de que há memória!
Litostive